Numa série de entrevistas publicadas na Revista ACIFI, associados vinculados há mais tempo na entidade contam suas histórias, falam por que decidiram empreender e relatam as vantagens em fazer parte da ACIFI. Na edição nº 1, está a trajetória da Paraguaçu Automóveis, associada desde 1977. A empresa é administrada pela família Bordin e este ano completará 50 anos de atividade.
Paraguaçu Automóveis – Empresa associada desde novembro de 1977
Em 1965 não havia nenhuma concessionária de veículos, e o pessoal tinha que sair para comprar carros fora daqui. A economia era mais concentrada na exportação da madeira, tanto que em Foz existiam 55 empresas exportadoras de madeira, tábuas de pinho que eram serradas na região, embarcadas no Rio Paraná e exportadas para a Argentina. Esse era o principal foco econômico da cidade entre 1960 e 1965. Meu irmão Sady tinha uma exportadora em Foz e resolveu montar uma revendedora de automóveis. Naquela época, no Brasil só existiam três marcas – Volkswagen, Ford e GM. Escolheram a Volkswagen.
A empresa surgiu nesse mesmo endereço, num barracão de madeira na metade da quadra, fundada pelos irmãos Hélio, Sady e Lívio Bordin, em agosto de 1965. Foi a primeira concessionária de veículos de Foz, e a Volkswagen, naquela época, só produzia no Brasil dois modelos de carro: o Fusca e a Kombi.
O primeiro grande desafio que enfrentamos foi a falta de comunicação na cidade. Quando nos estabelecemos aqui só existia um telefone local com 180 ramais de telefones. E só conseguíamos nos comunicar para fora da cidade pelo telegrama, que era enviado por telegrafia (emitido pelos Correios por sinais). Quando vieram os aparelhos de telex foi um grande avanço.
Enfim, fomos superando as dificuldades, nos aperfeiçoando. Hoje, temos constantemente que formar e treinar funcionários porque as novas tecnologias mudam rapidamente. Nossos colaboradores são capacitados em Curitiba e São Paulo. Começamos a empresa com cinco pessoas, incluindo os sócios e três mecânicos, e hoje a Paraguaçu de Foz conta com mais de cem funcionários. A família está presente em várias cidades do Paraná e de Santa Catarina, com concessionárias de automóveis.
ACIFI
Nesses anos todos, acompanhamos várias fases de atuação da Associação Comercial. É um órgão importante para a defesa e o desenvolvimento econômico das empresas e da cidade. Em várias épocas, ela cuidou muito dos interesses da fronteira; criou campanhas como elevação do teto de exportação; importação. Foram bandeiras muito importantes na época porque fomentaram negócios nos estabelecimentos de empresas que atendiam o mercado do Paraguai. Houve ainda um acordo mediado pela ACIFI: a exportação, que era feita em cruzeiro, não era em dólar. Emitiam uma guia e recolhiam em cruzeiros, no Banco do Brasil. Essa medida facilitou muito a venda de produtos dessas empresas da região da Vila Portes. Logicamente isso refletia na economia da cidade como um todo.
A ACIFI foi importante nas defesas das situações aduaneiras; da ponte da Argentina; da construção da segunda ponte; da duplicação da BR-277; em missões empresariais; os projetos Empreender e Empretec, em parceria com o Sebrae, dentre outros.
Pertenci à diretoria da ACIFI. Fui primeiro-secretário na gestão do Wanderley Bertolucci Teixeira (2000/2002) e depois fui do Conselho Fiscal da associação. Participamos também da criação do vale-alimentação, o Nutricard. A ACIFI também oferece a proteção ao crédito, pelo SPC, faz treinamento do empresariado. Então, o associativismo é muito importante para a cidade, haja vista o sucesso de outras cooperativas e associações que se formam.
(Conteúdo publicado na Revista ACIFI #01. Acesse: www.revistaacifi.com.br