Representantes da ACIFI, Codefoz e Codetri apresentaram proposta à Itaipu Binacional para integrar estratégias econômicas de 11 municípios do Brasil, Paraguai e Argentina.
Representantes da ACIFI, do Codefoz e do Codetri discutiram com a direção da Itaipu Binacional a elaboração do Plano de Desenvolvimento Econômico da Região Trinacional (Brasil, Paraguai e Argentina). O encontro ocorreu no Centro Executivo da usina, na Vila A.
A ideia de fazer uma análise aprofundada surgiu após a divulgação do Foz em Números, estudo que radiografou os indicadores do município e revelou o potencial integrado inicial de 11 municípios do Brasil, Paraguai e Argentina localizados num raio de 50 quilômetros de Foz.
Do lado brasileiro, estão Foz do Iguaçu, Santa Terezinha de Itaipu, São Miguel do Iguaçu e Serranópolis do Iguaçu. No Paraguai, foram incluídas Ciudad del Este, Presidente Franco, Minga Guazú, Hernandarias e Los Cedrales. Já na Argentina, entram Puerto Iguazú e Colonia Wanda.
Juntos, esses 11 municípios totalizam um milhão de habitantes e um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 82 bilhões. Só para ter uma ideia da dimensão desses dados, basta dizer que competem com várias capitais brasileiras. No Paraná, ficam atrás apenas da região metropolitana de Curitiba.
Esse cenário promissor foi debatido pelo diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Enio Verri; pelo presidente da Associação Comercial e Empresarial, Danilo Vendruscolo; pelo presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico, Marcelo Brito; e pelo presidente do Conselho de Desenvolvimento da Região Trinacional do Iguassu, Roni Temp.
Ampliar a formalização é essencial para o desenvolvimento

Reunião entre dirigentes da Itaipu Binacinal, ACIFI, Codefoz e Codetri – Foto William Brisida (Itaipu Binacional)
Ao apresentar a minuta do plano, no último dia 21, Vendruscolo destacou o crescimento do PIB de Foz nas últimas duas décadas. Conforme o dirigente, o salto ocorreu após a sociedade civil organizada abraçar a ideia de combater o contrabando e o descaminho, optando pela formalização das empresas e dos empregos.
A formalização da economia contribuiu de forma decisiva para o crescimento de 183% do PIB de Foz do Iguaçu entre 2011 e 2021 – bem acima dos índices registrados no Paraná (113,9%) e no Brasil (105,9%). A evolução teve como base quatro cadeias propulsivas: turismo, logística, educação e saúde.
“Mas ainda temos muitas pessoas na informalidade. Para acelerarmos o crescimento, precisamos entender a fundo a economia dos 11 municípios deste raio de 50 quilômetros. Olhando para 2050, qual é o nosso potencial regional, que tipo de desenvolvimento queremos e que tipo de recursos queremos atrair?”, refletiu o presidente da ACIFI.
Desenvolvimento integrado trinacional

Diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Enio Verri, e presidente da ACIFI, Danilo Vendruscolo – Foto William Brisida (Itaipu Binacional)
Enio Verri, economista, lembrou que, logo após assumir a direção-geral brasileira da Itaipu Binacional, em março de 2023, percebeu a necessidade de um plano para o desenvolvimento integrado dos municípios da faixa de fronteira entre os três países. Para ele, prefeituras e governos estaduais e federais precisam ampliar o diálogo com a iniciativa privada para alinhar objetivos em comum.
“O grande desafio é transformar realidades, reconhecendo as diferentes culturas entre brasileiros, paraguaios e argentinos”, afirmou. Verri também realçou que o lado brasileiro da hidrelétrica tem como área de atuação prioritária os 399 municípios do Paraná e os 35 do Mato Grosso do Sul. Já o lado paraguaio da usina atua em todo o território nacional.
Como encaminhamento do encontro entre ACIFI e Itaipu, o próximo passo para a elaboração do Plano de Desenvolvimento Econômico da Região Trinacional será apresentar a proposta ao diretor-geral paraguaio da binacional, Justo Aricio Zacarías Irún, junto a instituições do departamento de Alto Paraná.
Objetivos específicos
Sempre com viés trinacional, a elaboração do plano visa a promover o desenvolvimento social com base no crescimento econômico, atrair investimentos, fortalecer as políticas públicas e privadas locais e desenvolver uma matriz econômica para a região.
Inclui ainda a criação de uma metodologia de gestão do plano de desenvolvimento regional, abrangendo as áreas urbana e rural, com a estruturação de uma agência de desenvolvimento econômico trinacional, uma usina de projetos e um escritório de atração de investimentos.