Os caminhos para o desenvolvimento foram debatidos por representantes do setor em live promovida pela ACIFI.
A logística e o turismo são as duas principais cadeias propulsivas da economia iguaçuense. Juntos, os setores são responsáveis pela maioria dos postos de trabalho formais na cidade. Essa força conjunta demonstra a importância de ambas as atividades para puxar a retomada econômica em Foz do Iguaçu.
As ações necessárias por parte do poder público e iniciativa privada para resolver os gargalos de décadas, os desafios pós-pandemia, as oportunidades do século 21, além das obras estruturantes e dos avanços mais recentes do setor, foram debatidos numa live promovida pela Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu.
O encontro contou com a participação do presidente da ACIFI, Faisal Ismail; presidente do Sindifoz (Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários de Cargas), Rodrigo Atilio Ghellere; e empresário Leonardo Hoffmann Quinonez, sócio-proprietário da Transparaguay Transportes Rodoviários. O evento teve mediação do jornalista Carlos Gruber.
De forma prática e objetiva, os participantes contaram como as atividades estão ligadas à vida das pessoas. O impacto ocorre de diferentes formas, desde o transporte humano, de cargas e de mercadorias, passando pela exportação e importação até armazenagem, entre outras fases da cadeia propulsiva.
A logística tem grande potencial de crescimento, puxando todo o desenvolvimento da região. Estamos posicionados estrategicamente no centro do Mercosul, no centro da América do Sul. Atualmente Foz do Iguaçu é a “menina dos olhos” de investidores, de interessados em armazenamento, transporte, venda de caminhões etc.
Superando desafios – A logística foi o tema da primeira de uma série de lives produzidas pela ACIFI sobre a retomada da economia em Foz do Iguaçu e nas Três Fronteiras. O objetivo é reunir representantes da sociedade para produzir e divulgar notícias positivas sobre a recuperação econômica da região trinacional.
Os encontros serão mensais, sempre com foco na inovação e no empreendedorismo, descoberta de novos nichos de mercado, além de novas perspectivas e oportunidades, revela Faisal Ismail. Veja a íntegra da transmissão página da ACIFI no Facebook ou no canal da entidade no YouTube.
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PRINCIPAIS PONTOS DEBATIDOS NA LIVE “CAMINHOS PARA O DESENVOLVIMENTO”
A logística
A logística é tão ampla, muito além do caminhão para o transporte. Desde o remédio ao tijolo de construção, tudo envolve a logística. Foz do Iguaçu é mágica porque hoje temos modal: aeroporto, hub internacional rodoviário entre Brasil, Paraguai e Argentina, com extensão ao Chile; temos o Rio Paraná com navegação por barcaças e a possibilidade de extensão do ferroviário de Cascavel até a fronteira.
A força do setor
Durante a pandemia, poucas atividades seguraram a nossa economia, entre elas a agricultura e a logística. O setor como um todo oxigenou a nossa cidade, empregando gente e mantendo a economia com um mínimo de segurança, principalmente no começo da pandemia. Quando você conecta países, estados e cidades a partir de vários modais, você encurta os processos e aproxima economias.
PIB e geração de emprego
Um dado interessante. O turismo corresponde a 3,7% do Produto Interno Bruto do Brasil (dado de 2020), sendo responsável por 3% dos empregos gerados no país. Mas olha, dentro dessa fatia do PIB e geração de emprego, é importante ressaltar que 44% do emprego gerado é de transporte de passageiros, carga, mercadoria – seja por meio de ônibus, aviões, utilitários, automóveis, motos, entre outros veículos.
Sobrando emprego
A oferta de emprego é muito grande. A logística é um dos setores que atualmente mais estão contratando na cidade. Os salários do setor estão em níveis bem altos. Os valores pagos aos motoristas em Foz do Iguaçu estão acima da média nacional. A mão de obra qualificada tem trabalho certo.
Sest e Senat
O Sest (Serviço Social do Transporte) e o Senat (Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte) são a casa do transporte e da logística. Os dois possuem várias soluções para quem deseja tirar ou já tem carteira de habilitação do tipo C, D ou E, fazer curso de direção defensiva e outras capacitações. As instituições têm, por exemplo, simulador para treinamento de motoristas que buscam habilitação para conduzir caminhão. Também oferecem apoio psicológico, odontológico, entre outras assistências.
Itaipu e as obras estruturantes
A nova postura da Itaipu Binacional, a partir da gestão do general Joaquim Silva e Luna, tendo continuidade com o atual diretor-geral brasileiro, João Francisco Ferreira, é um divisor de águas. A usina tem olhado a cidade e a fronteira como algo fundamental para o desenvolvimento. São R$ 2,5 bilhões investidos na região em obras estruturantes que beneficiam a infraestrutura e a logística (Ponte da Integração, Perimetral Leste, duplicação da BR-469, ampliação do aeroporto etc.). A usina está deixando um legado sem precedentes em nossa história.
Ponte da Integração
Com a segunda ponte entre Brasil e Paraguai teremos um fluxo muito maior de transporte de cargas e de movimentação das pessoas, moradores da região e de turistas. Só precisamos ficar atentos aos projetos e construção das vias de acesso e das aduanas. Em breve não teremos mais aquelas cenas de antigamente, de caminhões disputando espaço com ônibus, automóveis, motos e compristas. Também não teremos mais restrições de horários para a passagem de caminhões.
Duplicação da BR-277
A infraestrutura no Oeste, no contexto geral, está bem posicionada, com rodovias, ferrovias, aeroportos e pontes. Foz do Iguaçu é um hub que precisa avançar, que tem potencial de hidrovias, porém falta extensão do ramal da Ferroeste até Foz do Iguaçu. E falta também a duplicação da BR-277, que ainda não foi concluída.
Redução do pedágio
O valor do pedágio afeta todos os setores da sociedade. A mobilização da sociedade, puxada pelo Programa Oeste em Desenvolvimento, uniu todos os setores produtivos do campo e da cidade. A união possibilitou alguns avanços, como rejeição à outorga. Mas o problema do pedágio é algo a ser resolvido de forma definitiva, para baixar o custo de toda a produção, principalmente no Oeste do Paraná.
Porto seco
Tudo isso vai impactar no nosso porto seco, que é o terminal com maior movimento de cargas no Brasil. Vamos bater recordes e recordes. Em setembro, Foz do Iguaçu terá uma discussão para debater o novo porto seco, principalmente para definir a nova localização, entre a Perimetral Leste e Santa Terezinha de Itaipu.