Com o fim da cota de US$ 300 programado para 1º de julho, lideranças empresariais de Foz do Iguaçu se mobilizam para reverter a situação. Nas próximas semanas, uma comissão local irá a Brasília manifestar posição sobre o assunto. Em reunião com a senadora Gleisi Hoffmann no dia 06 deste mês, dirigentes da ACIFI, Codefoz e Conselho Municipal de Turismo entregaram uma pauta de reivindicações, entre elas as mudanças na lei da cota, implantação de free shop na região, a construção da segunda ponte e o plano de manejo do Parque Nacional do Iguaçu.
O presidente do Comtur, Licério Santos, argumentou que a cota na fronteira Brasil-Paraguai não pode ser tratada como nas demais e o setor do turismo, além de ser contra a redução da cota para US$ 150, anunciada pela Receita Federal, está mobilizado para pedir o aumento para US$ 500. “Foz vem trabalhando fortemente nos últimos anos no sentido de mudança da sua imagem como destino turístico e poderia ter a mesma cota para quem viaja para Miami”, argumenta. O diretor de Turismo de Itaipu, Jaime Nascimento, lembrou dos investimentos feitos pelo setor hoteleiro e outros atrativos turísticos instalados na cidade. “Reduzir a cota significa aumentar o contrabando e todo tipo de ilegalidade que estamos combatendo há anos” completou Jaime.
No encontro também foram discutidas as consequências que a instalação do free shop – que ainda depende uma instrução normativa – podem trazer para a economia de Foz do Iguaçu e do país vizinho. “A lei dos free shops está baseada na experiência da fronteira Brasil-Uruguai, no Rio Grande do Sul e aqui a realidade é totalmente diferente”, alerta o vice-presidente de Comércio Exterior da ACIFI, Mário Camargo.
Na opinião da senadora, assuntos como esses não podem ficar limitados à área técnica uma vez que a harmonia comercial entre os países precisa prevalecer. Ela propôs a formação de comissão local para reuniões em Brasília com o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Ela também se comprometeu em articular audiências com o Itamaraty e a assessoria da Presidência da República. “A preocupação das lideranças é compreensível e ao conciliar o entendimento técnico e político dessas questões podemos chegar a boas soluções”, acredita Gleisi.
Também estavam presentes na reunião a vice-prefeita de Foz, Ivone Barofaldi; a prefeita de Ciudad del Este, Sandra Zacarias; o presidente eleito do Codefoz, Roni Temp; o assessor especial do diretor-geral de Itaipu, Joel de Lima; o presidente do Sindhotéis, Carlos Silva; além de representantes da Câmara de Comércio do Paraguai.