Representantes da sociedade civil e poder público começam a elaborar um plano emergencial para o pós-coronavírus
Foz do Iguaçu enfrenta um dos maiores desafios da sua história, desta vez por conta do novo coronavírus. Os reflexos provocados pela covid-19 ainda estão sendo contabilizados, mas a sociedade civil organizada da cidade e do Oeste do Paraná já está unindo forças para encontrar soluções em curto, médio e longo prazo para a retomada do desenvolvimento.
Cientes da urgência do debate e da construção do plano para retomada socioeconômica, lideranças de mais de 50 instituições da iniciativa privada e do poder público se reuniram por teleconferência na sexta-feira, 3. O encontro de emergência buscou delinear as diretrizes para formatar ações e medidas que reaqueçam setores estratégicos atingidos pela pandemia.
Coordenada pelo Programa Oeste em Desenvolvimento (POD), Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de Foz do Iguaçu (Codefoz) e Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu (ACIFI), a plenária virtual também contou com a participação de entidades do Oeste do Paraná. Veja a lista completa dos participantes ao fim do texto.
Em sua abertura, o presidente do POD, Danilo Vendruscolo, destacou que o objetivo é o alinhamento de ações e esforços para a construção de um plano emergencial para minimizar os impactos econômicos e sociais. “Dos 54 municípios da região, Foz do Iguaçu foi o primeiro a sentir o baque por conta do fechamento da fronteira e dos atrativos turísticos”, afirmou.
Por ter no turismo a sua principal força econômica, a cidade encontrará mais dificuldades para superar a crise, avaliaram os participantes da plenária virtual. A superação dependerá de ações diferenciadas dos governos municipal, estadual e federal, sendo que os esforços devem estar focados em emprego, educação, saneamento, segurança e, principalmente, saúde.
Logo, a sociedade civil organizada tem o dever e a responsabilidade de pautar as autoridades, representantes políticos e governantes quanto às demandas reais de Foz do Iguaçu para que seja mitigado o agravamento da falta de oportunidades de emprego e renda, levando o caos econômico e social, com aumento da miséria e criminalidade.
O diagnóstico da dimensão do problema será feito pelo Observatório do Turismo, e a construção do plano emergencial será mediada pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), cujos consultores adotarão metodologia específica para a situação de crise e emergência. O fórum permanente terá novos encontros para colher as contribuições (propostas, ideias, projetos e sugestões) visando a fundamentar o planejamento.
Dirigentes ressaltam união da fronteira para superar crise
O envolvimento de todas as mentes da sociedade é fundamental para a tomada de decisões assertivas, defende o presidente da ACIFI, Faisal Ismail. “Estamos enfrentando algo desconhecido. Ainda não sabemos os efeitos colaterais de médio e longo prazo. Somos uma fronteira. Nossas potencialidades são interligadas com Paraguai e Argentina”, argumentou.
O assessor especial do diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Áureo, ressaltou a importância de lideranças reafirmarem o seu papel na superação dos desafios, sendo o principal, no pós-pandemia, o emprego para quem mais precisa. “Essa é a sinergia necessária defendida pelo diretor-geral Joaquim Silva e Luna, que está com o gabinete voltado também em torno desse objetivo”, disse.
Para o presidente do Codefoz, Mario Camargo, setores estratégicos como saúde, educação, transporte, logística e comércio fronteiriço podem ajudar a recompor a economia até a retomada do turismo. “Com trabalho, inteligência, articulação e ouvindo a todos, teremos resultados positivos, unificando ideias e ações de Foz, Ciudad del Este e Puerto Iguazú”, frisou.
Após anunciar as medidas econômicas adotadas pela Prefeitura de Foz no enfrentamento ao coronavírus, o secretário municipal de Turismo, Indústria, Comércio e Projetos Estratégicos, Gilmar Piolla, estima que o turismo levará um bom tempo para retomar os níveis de visitação anteriores à pandemia. “O fluxo internacional levará mais tempo do que o doméstico. Estamos falando de meses, até anos”, explanou.
Representatividade – A plenária virtual reuniu as seguintes organizações: Programa Oeste em Desenvolvimento, Codefoz, ACIFI, Itaipu Binacional, Fundação Parque Tecnológico Itaipu, Prefeitura de Foz, Sebrae, Comtur, Sindhotéis, Fundo Iguaçu, Sindetur, Visit Iguassu, Polo Iguassu, OAB, CRO, Faciap, Caciopar, AMOP, Observatório Social Brasil, Unicin/CEAC, UDC, Sindifoz, Sindilojas, Igreja Católica, Igreja Evangélica, Maçonaria, Centro Cultural Beneficente Islâmico, Justiça Federal, Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual, Ministério Público do Trabalho, Alfândega da Receita Federal, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Civil.