O diretor de Comércio Exterior da Associação Comercial e Industrial de Foz do Iguaçu – ACIFI, Mário Alberto de Camargo, recebeu na manhã de quinta-feira a visita do superintendente do Porto de Paranaguá, Mario Lobo Filho. A reunião foi acompanhada também pelo gerente de Administração da EcoRodovia, Marcelo Bicinato, e diretores da Eadi-Sul, que administra o porto-seco de Foz.
Durante o encontro na ACIFI, Mário Filho declarou estar disposto a empreender esforços, em conjunto com a classe empresarial local, para criar uma logística visando a entrada de produtos vindos do Paraguai, que no passado era toda escoada pelo Porto de Paranaguá, mas que há alguns anos o modal rodoviário utilizado pelas exportadoras a partir de Foz do Iguaçu, acabou sendo substituído pelo modal hidroviário — sobretudo a Hidrovia Paraná—Prata (Argentina).
Desde que houve a diminuição da exportação da soja paraguaia via Paranaguá, o porto perdeu anualmente 1,3 milhão de toneladas. Atualmente, o terminal exporta a cada ano aproximadamente 12 milhões de toneladas do grão. Em 2010, o volume deve chegar a 14 milhões de toneladas.
O superintendente do Porto de Paranaguá também realizou visitas técnicas na cidade, dentre outros locais, no porto-seco da Eadi, em companhia de Wanderlei Novakowski, gerente de Operações e Negócios de Fronteira da empresa, do gerente Cláudio Henrique Costa e diretor Albino Tramujas.
Em entrevista à imprensa, ele afirmou que a logística hoje deve ser vista de uma forma integrada e que as coisas que acontecem aqui em Foz são muito relevantes para o Porto de Paranaguá, e vice-versa. “Estamos tentando trocar experiências e fundamentalmente já temos um caso concreto para atuar que é a recuperação da soja do Paraguai”, destacou o superintendente. Boa parte da safra de grãos paraguaia para exportação é escoada pelos portos de Rosário, Nova Palmira (Argentina e Uruguai). “E gostaríamos que ela retornasse ao porto de Paranaguá. É esta soja paraguaia que está nos faltando para novamente ultrapassar (o Porto) Santos no primeiro lugar em exportação do complexo soja”, considerou Mario Lobo Filho.
Há cerca de uma década, aproximadamente 600 caminhões carregados com grãos cruzavam a fronteira com destino a Paranaguá. Com a fuga para a hidrovia, o número caiu para próximo de 120 por noite. Isso afetou toda a cadeia produtiva, indo desde borracharias a postos de combustível. “Gerava-se emprego e renda e nós estamos perdendo isso muitas vezes por detalhes, às vezes por questões que poderíamos resolver com a Receita Federal. Então o objetivo é tentar trocar ideias e informações e estabelecer ações concretas para que possamos recuperar esta soja, entre outras coisas”, finalizou.
Mário Camargo, diretor da ACIFI, ressaltou que a visita de Filho desencadeou um importante processo de aproximação dos empresários do setor de comércio exterior ao porto e integra ainda uma estratégia para a integração da fiscalização dos serviços de inspeção fitossanitária, em que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) passará a atuar ao lado dos serviços afins do Paraguai do outro lado da fronteira.
A meta é com a diminuição dos custos advinda da fiscalização única entre o Mapa e órgãos afins do país vizinho — e a consequente celeridade do processo de liberação — e a implantação de uma logística com o porto, se recuperar os produtos paraguaios que antes ingressavam no país por meio rodoviário e que hoje passou a ser transportado pela hidrovia.
O diretor salientou ainda que além do movimento da soja paraguaia, a ACIFI está empenhada também no retorno dos contêineres que hoje estão vindo para o Paraguai, via portos da Argentina e Uruguai, que representam aproximadamente de 800 a 1 mil contêineres/mês.
“Esse objetivo somente será alcançado se conseguirmos reduzir os custos do porto (de Paranaguá), da rodovia, do porto-seco e do transporte”, destacou Mário Camargo.
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