As entidades que formam o G8, mais a Caciopar (que representa 46 associações comerciais do Oeste), acompanham com atenção os desdobramentos da manifestação iniciada na segunda-feira. Essas mesmas entidades deram apoio ao movimento, mas diante dos acontecimentos da semana, entendem que é fundamental que a serenidade, o diálogo, o bom-senso e o respeito contribuam para a busca da melhor solução possível para a situação.
As dificuldades que o País atravessa não são recentes. Elas são antigas e sem a adoção das medidas devidas muitos problemas, em vez de solução, têm sido agravados. O Brasil, apesar de seu enorme potencial, criou ao longo de décadas um emaranhado de desafios para quem empreende, gera empregos, distribui renda e promove o desenvolvimento. São as empresas, as indústrias, as agroindústrias, o comércio e a prestação de serviços, ao lado de seus colaboradores, que, apesar das enormes provações que o País impõe, garantem, mesmo que abaixo do que se poderia, os avanços que o Brasil experimenta ao longo do tempo.
A restrição do direito de ir e vir das mais diferentes cargas, principalmente das perecíveis, vivas e até de medicamentos, não impacta no governo, e sim na economia, na sociedade, nas famílias, inclusive nas famílias dos próprios caminhoneiros. Os governos são transitórios. Os brasileiros, enquanto pátria e povo, não. A ira aos políticos tem alimentado uma perigosa autofagia da própria sociedade.
O atual momento exige serenidade e união na pauta de mudanças desse País, mas para isso é imprescindível que alinhemos os nossos objetivos e mantenhamos nossa economia respirando. Frete-mínimo, desoneração somente do setor de transportes, com compensação que onere outros segmentos produtivos, não são assuntos de consenso da sociedade. A pauta do Estado mínimo, das reformas e do atendimento às justas demandas das categorias profissionais devem compor o documento dos objetivos que tanto defendemos e precisamos para um futuro mais próspero.
O movimento dos caminhoneiros já mostrou a sua força, no entanto sozinho ele será rapidamente fragilizado. Um prazo de 15 dias é plausível para a construção de um caminho adequado. O tempo não é inimigo de uma boa pauta de reivindicações. Enquanto novas decisões são adotadas, é imperioso que se autorize a imediata circulação de cargas vivas, perecíveis e daquelas que são determinantes, por exemplo, para o bom funcionamento de hospitais e casas de saúde.
Com sabedoria, diálogo e respeito, o conjunto social brasileiro sairá desse momento ainda mais forte. Todos estamos do mesmo lado.
Caciopar (Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Oeste do Paraná)
ACIFI (Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu)