Cerca de 300 empresários da região participaram, na última sexta-feira (25), no Centro do Idoso, em Santa Helena, da terceira edição do Congresso Caciopar. O tema central foi refletir e encontrar caminhos para melhorar a infraestrutura e a logística da região e do Paraná. O consenso foi de que, diante da situação e do agravamento da crise nas estruturas públicas, que o caminho para avanços dependerão quase que exclusivamente das parcerias público-privadas e de recursos de investidores.
A primeira atividade foi a apresentação de estudos do Pelt, o Programa Estadual de Logística e de Transportes, elaborado durante encontros do Fórum Futuro 10 Paraná sob liderança da Fiep. João Artur Mohr relevou que, apenas nas áreas ferroviária, aeroportuária e rodoviária, o Paraná precisará de mais de R$ 20 bilhões em investimentos, até 2035, para se manter competitivo no mercado mundial. O Pelt aponta caminhos e já prevê que os recursos terão de sair de PPPs ou de investidores.
O Porto de Paranaguá precisa de cerca de R$ 4 bilhões em obras e equipamentos para ampliar sua atual capacidade de embarque, de três mil toneladas por hora para 14 mil. Um dos entraves é a demora nas licenças ambientais, que já consumiram três anos e meio de espera, tempo mais do que necessário para executar as obras tão emergenciais à estrutura. A melhor direção para tornar 30% mais barato o frete no transporte de commodities está em viabilizar uma grande ferrovia, entre o litoral do Paraná e Maracaju, no interior do Mato Grosso do Sul.
Para colocar essa ferrovia em atividade serão necessários, depois de iniciados, sete anos de trabalho. O trajeto terá 1,1 mil quilômetros e custo estimado em quase R$ 10 bilhões. O trecho entre Cascavel e Guarapuava, de 248 quilômetros, já está pronto. E o primeiro a ser executado seria do litoral em direção ao Centro-Sul do Estado. O atual trajeto, que permite velocidade média de apenas 15 quilômetros por hora, foi construído há cerca de 125 anos e não atende à demanda pelo modal. Quanto às rodovias, a intenção é ter duplicados 3,5 mil quilômetros entre o Anel de Integração e outras rodovias importantes até 2035. O custo chegará aos R$ 8 bilhões.
Homero Marchese, também representando a Fiep, apresentou informações sobre o pedágio e as razões do posicionamento da Federação das Indústrias quanto a uma nova licitação. O contrato em vigor no Paraná é de primeira geração e no Brasil já há concessão de terceira, com preços até 60% menores e 80% a mais em obras, principalmente de duplicação. Até o fim de 2021, quando expiram os atuais contratos com as seis concessionárias, apenas 780 quilômetros de rodovias paranaenses estarão prontas.
Painéis
Conselhos da mulher empresária e executiva e do jovem empreendedor participaram de atividades específicas durante o Congresso. As mulheres lançaram a campanha Outubro Rosa, de prevenção ao câncer, e os jovens fizeram ajustes de atividades que serão realizadas nos próximos meses. O empresário Edésio Reichert apresentou, para os dois grupos, síntese do Movimento Pessoas Melhores criado há menos de um ano em Toledo com o propósito de, a partir de medidas simples, estimular e fortalecer valores que a sociedade está perdendo.
A última atividade do Congresso foi um grande painel sobre perspectivas à região. O encontro reuniu o presidente da Itaipu, Jorge Samek, do Sicoob Unicoob, Jefferson Nogaroli, e do POD, Mario Costenaro. O consenso foi de que a junção de forças, como ocorre no Oeste do Paraná, é a melhor estratégica para conduzir a região e, consequentemente o Estado e o País, a dias melhores. Samek também falou sobre a importância e os estudos sobre energias renováveis e Nogaroli sobre projeto do Sicoob Paraná de criar um grande banco de fomento para emprestar recursos a juros baixos a micros e a pequenas empresas.
(Imprensa Caciopar)